terça-feira, 26 de abril de 1983

Faíscas

Faíscas pontuaram minha trajetória. Como a de muitos, de tragédia e gozo. Canções anunciaram num apartamento a ruptura antes mesmo do primeiro infante ser gerado. Letras consolidaram a ruína passo a passo, até o presente recebido, o carro, o beijo, bala de prata, o pássaro negro e o vampiro.

Paixão e Amor ressurgem encarnados. Anos depois, canções renovam caminhadas por jardins, por praças da cidade das águas (CXB) e findam com os passos entre os bambus no Rio que continua lindo... Canções pontuam a miragem na cidade da ponte DNA de concreto, da encantadora miragem, admirável oasis que por ter tanta semelhança, fez-se longe, fora do alcance, não fui digno dela.

O tempo e o vento tomam-me de súbito. Canções atravessam o peito e acordam o sentimento já calado a tempos. Canções não me revelam o futuro, mas são a trilha que me embala.

Minha sanidade está nos meus sentimentos. Meus sentimentos sabem de mim mais do que eu imagino ser. As pessoas gostam e gozam ao julgar. Mas não mais me machuco com isso. Embora esmagado nas frases de todos ao redor, não me encaixo em uma só palavra... mas talvez quem sabe em um sinal de pontuação