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quarta-feira, 7 de abril de 2021

indignar-se


A maturidade da indignação é perceptível quando a inquietação social da classe ou do indivíduo, se manifesta não na pueril agressão ou na institucionalizada crueldade, mas sim em argumentos sóbrios, consistentes, analíticos e não alienantes. O contraponto bem feito é o que oferece equilíbrio à sociedade. A massa tende a permanecer no estado atual (parada ou em movimento), estagnada ou em evolução. Os solavancos que marcam nossa história rompem a inércia para o bem e para o mal. Nesse ínterim, é fundamental manter o olhar atento ao todo e aos detalhes, sem prender-se aos vícios de interpretação e o automatismo de produzir significantes que alimentam a zona de conforto. É necessário indignar-se; de forma madura. Feliz Dia do Jornalista, sobretudo em tempos tão difíceis. 

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Relacionamento em Rede - entre o tropeço e o soluço.

Entre o tropeço e o soluço, em busca das soluções, organizações buscam implantar e integrar diversas ferramentas de administração e gestão para estruturar estratégias e revigorar o plano de negócios de forma a encontrar a estrada dos tijolos amarelos da perenidade, com licença social, consolidação comercial, conforto ambiental, e fôlego financeiro, com uma bela imagem estampada na parede. A licença social tornou-se moeda de troca e valorização.

Dentre tantas ferramentas, a metodologia de relacionamento em rede é uma que contribui deste desenvolvimento de projetos, a reestruturação da estratégia de relacionamento institucional de uma organização, e também no seio familiar. O que antes ficava na mesa de profissionais de RP, ou de informais lobistas agora habita a mente de analistas de relações institucionais, gerentes, coordenadores, assessores e mágicos corporativos.

Para estruturar um Plano de Ação de Relacionamento Institucional é importante antes criar a matriz geral de relacionamento (em Excel mesmo), e nela estabelecer o corte do potencial de influência, estabelecendo uma matriz específica de partes interessadas (um desdobramento da primeira planilha). Tive a oportunidade de criar a metodologia do relacionamento em rede de uma empresa e perceber os benefícios que trouxe desde em negociações básicas de mídia/imagem, até articulações para garantia de atividades operacionais, internas e externas.

O próximo passo é estabelecer como esta matriz se relaciona com a organização objeto, qualificando o perfil e desdobrando em como cada personagem da matriz relaciona entre si. Após esta qualificação, que passa por uma análise com aspectos subjetivos de percepção e leitura de território, realiza-se um corte por cenário de interesse, montando um infográfico (em ai / cdr ou ppt) do perfil de relacionamento. Desta forma, é possível compreender o mapa de interrelação, entendendo o fluxo de articulação entre os indivíduos, possibilitando traçar estratégias, identificar pontos de tensão e pontos de equilíbrio, para definir o que deve ser protegido, pressionado, monitorado, mas nunca ignorado.

Muitos tropeçam em tentar estabelecer fórmulas, ao invés de adaptar critérios, aspectos, vetores e criar a própria metodologia de forma contextualizada com seu negócio, setor, local de atuação, perfil social, econômico e cultural.

Na matriz de interrelação, deve ser verificado o nível de interferência / influência entre os indivíduos, classificando e identificando por cores e letras desdobrando em diretriz para cada perfil de público e se for o caso específico por indivíduo. Se é forte, médio, pequeno ou inexistente. A partir da diretriz por classificação, estabelecem-se as ações.

Na verdade, a metodologia de relacionamento em rede é a formalização e aplicação corporativa / política do que já existe de forma natural na organização do ser humano em sociedade, bem observado por Gertz e tantos outros. Quando formalizado em uma organização, facilita o trabalho em equipe no que concerne à relação institucional, pois padroniza o posicionamento conforme a identidade organizacional e suas estratégias. É fundamental saber fazer a transição da estratégia, metodologia para aplicação efetiva da estratégia, sair da ideia e mensurar os resultados obtidos (o que é extremamente possível).


 

... este assunto merece um desdobramento... depois retornarei a ele por aqui...


segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Entre fibras musculares


Somos a sociedade da carne; para comer, se abster e para se relacionar. Sonâmbulos, erguemos civilizações, com breve consciência da aparência do real. Nosso desejo move-se para saciar ou punir a carne, destrinchar o que se faz frágil e expor as vísceras do corpo social. Nos embrenhamos entre as fibras musculares com ideologias que alteram o corpo social sem compreender profundamente os desdobramentos das ações, escolhas e consequências.

Nossa saliva, ácida, por muitas vezes ao invés de apaziguar, reverbera pelo espaço como um chicote de fogo, castigando a carne, abrindo feridas que iriam fechar, fazendo rio do que antes eram córregos de sangue, dor e lamento. Manejamos com imaturidade nossas angústias sem perceber como as rugas marcam em braile nossa história no corpo.

Quando observado por dentro, alguns possuem mais do que carne. É possível encontrar flores entremeio ao emaranhando de espinhos, e até mesmo perfume, quando a espessa fumaça da realidade tenta entupir a veia dos ideais.

Precisamos então escolher não apenas as palavras, mas o tom da narrativa e vislumbrar a tendência de desdobramento e criação de significantes que a mensagem irá gerar. Não podemos ser reféns dos automatismos e tampouco se aconchegar nesta zona de conforto. Devemos nos portar como o andarilho de Nietzsche. Ao invés do destino a caminhada renovada. Ao invés do ponto final, a vírgula, amarrada às reticências.




quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

O presente iminente no futuro que se almeja




A construção da realidade social passa pelo interesse. Interesse constituído pelas vontades, necessidades individuais, e pelo consenso coletivo subsequente. O sujeito está cada vez mais centralizado como ator social individualizado, interferindo na Rede Social para apenas atender seus objetivos, isso até mesmo quando demonstra nuances de altruísmo. Este aspecto fica latente quando consideramos a leitura que Adorno faz do indivíduo em sociedade, enquanto sujeito, onde por mais que se submete a fluxos impostos por uma liderança social, ele executa suas escolhas tendo como motivado os próprios interesses, as respectivas singularidades. Neste cenário de impulsionamento do individualismo na sociedade, é importante também refletir sobre a construção de sentido, sobre as mensagens que disseminam consolidam e derrubam padrões culturais.

Para as Empresas atuarem de forma satisfatória no mercado, é preciso perceber e conhecer a mutante configuração social, os mecanismos de interferência e a maneira de interagir. A viabilidade do negócio depende da versatilidade dos gestores das organizações.

O presente é imediato. A iminência corrente do futuro almejado pelas pessoas e organizações. O Planejamento estratégico é fundamental para a perenidade das entidades. Maurício Fernandes Pereira (2010) discorre em Planejamento Estratégico (teorias, modelos e processos) a premissa de Platão para desempenhar as atividades em ordem de prioridade (Belo / bom / verdadeiro / útil). Parafraseando-o podemos perceber que é o belo é o Ideal; o bom o máximo possível; o verdadeiro é o possível mediano; o útil é o básico. Em sua obra ele discorre das alternâncias dos modelos de construção dos Planejamentos ao longo dos anos e revoluções sociais, passando pela industrialização e culminando nas correntes do Século XXI e as Escolas de formação de estratégia: Empreendedora, Cognitiva, de Aprendizado, do Poder, Cultural, Ambiental. Sendo que nenhuma é melhor ou pior, mas são rumos que podem ser seguidos, seja ele pelo viés da Concepção; Formal; Analítico; Visionário; Processo Mental; Emergente; Negociação; Coletivo; Reativo ou de Transformação.

Antes de formular seu planejamento estratégico a organização deve compreender que está num rio pensando nas águas que virão, mas se molhado pelas águas que se foram e constantemente se vão. Diante deste paradoxo, é preciso verificar qual o propósito geral e específico da organização, sua competência para executar, disposição de investir nas ações necessárias e versatilidade para rever posicionamento e evoluir diante de possíveis intempéries.

A definição de um plano estratégico eficaz considera a resiliência e a flexibilização do olhar a configuração social contemporânea e as tendências. Neste cenário, a inquietação social (baseada na curiosidade) é essencial para tencionar paradigmas e adequar perfis em prol de licenças sociais. 


Ciente de qual o respectivo propósito, a empresa terá concebido o resultado esperado, mas deve ter bem definido qual o lastro desse resultado, para quem ele será destinado e até quando. A vida em sociedade (seja público ou privado) baseia-se na interação de pessoas. Pessoas que atuam como Indivíduos e Atores Sociais.

Elaborar, gerir um planejamento estratégico é conduzir um processo de pessoas; trabalhar potencialidades e limitações. Afora as plataformas tecnológicas, a dimensão humana é o diferencial de uma empresa. Enquanto teóricos discorrem sobre a criatividade ser inato (Fustier e Fustier 1985 / Bono 2000/ Abraham Maslow), outros a apontam como um diferencial de ocasião (Szent-Gyorgyi). O poder criativo da coletividade depende de como as pessoas são trabalhadas individualmente. Como a cultura da organização de alinha à do indivíduo e como o seu potencial criativo é recebido no ambiente da gestão estratégica. Uma ideia para conceber-se criativa e maturar em inovação precisa de tempo e espaço. É preciso exercício, capacitação; e um equilíbrio entre liberdade e autonomia. Para criar e inovar é preciso expandir fronteiras, mudar o modelo mental firmado em paradigmas e manter-se na constante busca pela vanguarda perene.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

conteúdo da forma



Intermitente reflexão sobre os valores dos fluxos, das pessoas, das coisas, mergulha nosso olhar ao redor com um distanciamento enigmático. Um pedaço de papel, dinheiro, certidões, contratos, escrituras, endereços, contas, rendimentos. Números na rede, signos, símbolos dos nossos rótulos. Todavia ainda tudo permanece sendo o que é. Quando sopramos para fora das coisas o sentido que colocamos nelas, podemos perceber que elas são o que são.

Espaços, objetos, reputação, imagem, relacionamentos. Firmamos no horizonte nossos objetivos, por casa, carro, riquezas, relacionamento, sucessão de gozo e legado. Alternamos nosso tempo entre dedicação, confrontamento e descanso, até sucumbir aos últimos dias de vida. Flanqueamos estandartes dos propósitos, queremos mudar opiniões, olhares e gostos.

Se viva a planta está, consome nutrientes, rompe a terra, vive, floresce e morre. Perpetua-se no pólen que cede, na cor que pinta a paisagem, no verso que inspira o homem. Nasce vive morre homem. Interfere na paisagem  desejando assiná-la, rimando por às vezes assassiná-la. Contudo, belo é seu intervir quando pinta a paisagem, de modo a propiciá-la ainda mais bela ao próximo, mesmo sendo este, cego.


quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Espaço como experiência


A criação de significados e significantes (individuais e coletivos) opera os mecanismos de reputação que equilibram os fluxos sociais.  Desorientado, o indivíduo em um mundo globalizado busca por referência em seu repertório e ao redor, para lidar com a nova configuração do pacto social. Uma globalização de recursos, de potenciais, de demandas e das mazelas; que gerou integração e sobreposição de culturas e mercados. Integrou-se assim os fluxos de apropriação territorial e estruturação dos padrões sociais, reverberando nos processos de comunicação.

No entanto, o âmbito das decisões pertence a uma microrrede (escala local) e a distribuição / padronização destas decisões transcorrem por uma macrorrede (escala global). Neste cenário, faz-se necessário compreender o espaço dos fluxos e o espaço dos lugares, para assim entender como atuar (interagir e influenciar).

A estrutura do emissor - mensagem  - receptor - significante ganhou complexidade sob o aspecto do tempo, uma vez que os receptores são emissores em potencial. narradores e consumidores, sem necessidade de um meio oficial. A multiplicidade de plataformas, linguagens e audiência mudaram a paisagem. Cada indivíduo é um epicentro social de interação (estrutura e fluxos em rede). Neste ínterim, a evolução e desenvolvimento  geram e alimentam a crise constituindo um movimento em onda. O movimento em onda do sistema trouxe uma nova configuração social de empoderamento e desequilíbrio.

Uma paradoxo pode ser observado. A Sociedade busca no dia a dia mais comodidade [espaço para crescer] - Desenvolve tecnologias, muda forma, comportamento e conteúdo das narrativas [empodera o consumo / crédito / poder - nova sociedade] - Gera crescimento, Desorientação e Dívida [instaura crise] = A Sociedade busca no dia a dia mais comunidade [mudança - renovação de ciclo].

Assim, a relação dos indivíduos com o tempo e espaço deixa de ser apenas algo na dimensão física. Antes de conceituar os espaços como público ou privado, é importante olhar tanto de longe (visão de paisagem) quanto de perto. Conforme discorre Manuel Castells em sua obra (Sociedade em Rede), a percepção do indivíduo sobre espaço e tempo alcança a dimensão da experiência, da vivência. Estrutura e função conforme as redes.

Acompanhando a ideia do espaço enquanto experiência, tem-se o espaço dos fluxos como algo na dimensão do Poder / Relações Sociais / Transição de paradigmas / Ambiente do Ator Social. Os espaços dos lugares configuram-se onde há Significante Cultural / Ambiente do Indivíduo.

A partir desta renovada leitura sobre os aspectos contemporâneos de organização social, pode-se  obter uma visualização mais apurada da territorialidade e com isso construir de forma mais assertiva as estratégias de atuação enquanto ator (ser) social de forma a proteger-se enquanto indivíduo.



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terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Negócios sociais e a atrofia do querer



Observando as atuais parcerias entre iniciativas privadas e entidades sociais percebe-se a tendência na criação de estruturas de Negócios Sociais (que difere de uma organização sem fins lucrativos pois deve buscar lucro moderado para expandir o alcance da empresa, melhorar o produto ou serviço sem tornar-se essencialmente comercial, tampouco desmembrar-se da missão social). Atividades tradicionais de arte ou subsistência cultural são então formatadas em um modelo básico de negócio para gerar trabalho e renda.

No entanto, a perenidade destes novos negócios sociais, forjados sob a tutela de associações, é comprometida uma vez que não foram devidamente trabalhados os aspectos de interesse e engajamento dos participantes. Pois para a iniciativa privada, no exercício de sua responsabilidade social, é mais interessante a criação de um negócio social, pois os conceitos agregam valor às marcas que o impulsionam, todavia, os integrantes contemplados de tais parcerias (a comunidade) querem que o negócio social transforme a vida deles de forma a mudar de maneira expressiva a condição de vida. Desejam ainda que o negócio social se torne um negócio comercial lucrativo, em pouco tempo. Assim, aos poucos, a constatação do paradoxo em que se encontram se desenlaça no abandono dos integrantes da iniciativa ou na retração do negócio social, tornando-o dependente de uma iniciativa privada ou pública como mantenedora.

O indivíduo oscila então entre os negócios sociais e a atrofia do querer. Os sonhos individuais devem então respeitar a peneira que iguala o poder social chamando-o de vocação cultural da comunidade e anseio social. Neste sentido, a iniciativa privada o afoga em uma série de treinamentos motivacionais e visitas a outros negócios sociais, para sensibilizar o indivíduo a ceder aos interesses, ou missão social do negócio. O foco da iniciativa privada é a uniformização social pelo negócio controlado conceitualmente e independente financeiramente sem tornar-se comercial por essência. O equilíbrio nestas relações talvez possa ser vislumbrado a partir de uma correta leitura do ambiente e respectivos interesses das partes envolvidas. Neste cenário proposto, a iniciativa privada deve se destituir do papel de déspota, o poder público e a comunidade do de vítima. A construção do diálogo necessário passa por um processo de atrofia do querer individual, para remodelar o que a parte dominante determina ser interesse coletivo. A reflexão sobre os interesses se faz necessária; antes do imediatismo da iniciativa privada em fazer parcerias (e mitigar conflitos sociais), das comunidades em ganhar dinheiro (mudar de vida) e do poder público de obter recursos e imagens (manutenção política).

Antes de firmar uma parceria, conhecer o espaço e seus personagens. Conflitar interesses e construir um objetivo consensual, estabelecendo então a missão social do novo negócio. O passo seguinte então é formatar o negócio e potencializá-lo no mercado. Após o suporte inicial, propiciar então a sustentabilidade financeira, econômica, operacional, ambiental e social do negócio. Estabelecendo a margem de lucro moderado como meta. Lucro este que prevê a remuneração de mercado para os participantes e investimento na expansão de mercado e melhoria de produto, sem ferir a missão.

Só então se inicia a execução do planejamento de divulgação do Negócio Social como fruto de sucesso da parceria entre a iniciativa privada e a comunidade. O que vemos hoje é o contrário; empresas afoitas a fechar parcerias com o foco em controlar um conflito social por meio da exacerbada divulgação de uma atuação local ou parceria firmada, sem considerar a verdadeira demanda e o modo efetivo de atender. A questão não é divulgar mais, mas sim fazer melhor as parcerias sociais. Quando as empresas e instituições (públicas e privadas) compreenderem isso, o cenário mudará significativamente e a divulgação ganhará mais forma pois o conteúdo é algo sólido e não filantropia mascarada de vanguarda social.

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