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segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

(P) isca




Imagens diversas de um cotidiano que encanta e cansa apresentam nuances diferentes da personalidade humana e sobretudo uma característica comum: busca por reconhecimento.

- [ ] Não a famigerada procura por fama, mas a essencial busca por um olhar do outro que valide o comportamento e a vida de um indivíduo. Fotos nas redes sociais, notas em diários, conversas com desconhecidos na fila, no ônibus, no mercado; a dinâmica de entrosamento no bancos de igrejas, de escolas, o refeitório de empresas, os olhares de elevador. O ser humano e a busca pela validação de sua existência. Nesse processo, fere, é ferido, transforma seus objetivos em escudos de uma fragilidade de olhar a paisagem, e ignorar sua beleza ao insistentemente tentar registrá-la. A melindrosa caminhada pela superfície de dentro, essa terceira margem do rio que nos fazemos, crendo em um desaguar no horizonte.

As perguntas impulsionam. "Desejo, necessidade, vontade e representação", o humano a lutar assim para obter reconhecimento. Reconhecer-se além da imagem invertida no espelho, das fotos e traços. Reconhecer-se além da significação de seus gestos. Estar em sociedade, em saciedade e não na miséria (emocional, física ou espiritual). Conhecer limites e fronteiras, sem deixar de compreender os aspectos da flexibilização (famigerado bom senso). Participar da paisagem, sabendo que para haver centro, há margem. No entanto, quando há fluxo social que promova integração de direitos, deveres e acessos centro e margem são apenas pontos de referência oscilantes, conforme instante e viés que se observa tais fluxos. 

A caverna nunca foi tão grande e multifacetada, e as sombras nunca fascinaram tanto o olhar como agora. Onde paira a liberdade? Aprender novamente a conhecer e reconhecer. Sendo.