Olhos abertos e placas para todos os lados. Dedos sujos de jornal. Fragmentos, frangalhos e faíscas. Vende-se o bom senso embrulhado em arrogância. Troca-se palavras por silêncio. Empresta-se virtudes. Procura-se amor, recompensa-se com intensidade. Doa-se clichês, de todos os tamanhos, para todos os momentos. Vende-se um coração de veias entupidas e emoções surreais; único dono e em bom estado de alienação. Vende-se a alma cansada de esperar o messias. Vende-se lábios silenciados pela dor da distância. Vende-se a alegria, aconchegada em uma caixinha sem tranca, sem tampa, sem laços. Aluga-se sonhos, recheados de possibilidades, cobertos de expectativas, contrato só de longo prazo. Vende-se poemas de amor, sem vírgulas, puro estrofe e verso. Procura-se felicidade plena, recompensa-se com cumplicidade. Aluga-se dignidade, embalada em plástico bolha. Aluga-se língua sem palavras. Doa-se lágrimas de olhos sem olhares, atende-se às madrugadas, gentileza chegar pelos ouvidos.
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sábado, 5 de agosto de 2017
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Olhos abertos e placas para todos os lados. Dedos sujos de jornal. Fragmentos, frangalhos e faíscas. Vende-se o bom senso embrulhado em arrogância. Troca-se palavras por silêncio. Empresta-se virtudes. Procura-se amor, recompensa-se com intensidade. Doa-se clichês, de todos os tamanhos, para todos os momentos. Vende-se um coração de veias entupidas e emoções surreais; único dono e em bom estado de alienação. Vende-se a alma cansada de esperar o messias. Vende-se lábios silenciados pela dor da distância. Vende-se a alegria, aconchegada em uma caixinha sem tranca, sem tampa, sem laços. Aluga-se sonhos, recheados de possibilidades, cobertos de expectativas, contrato só de longo prazo. Vende-se poemas de amor, sem vírgulas, puro estrofe e verso. Procura-se felicidade plena, recompensa-se com cumplicidade. Aluga-se dignidade, embalada em plástico bolha. Aluga-se língua sem palavras. Doa-se lágrimas de olhos sem olhares, atende-se às madrugadas, gentileza chegar pelos ouvidos.
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