sexta-feira, 13 de maio de 2016

rsrsrsrsrsrss


Desde a primeira vista, algo aconteceu .... será que entendi errado?

Visualiza e ignora. Olha altivo e ignora. Quando sua risada desce como ácido sobre mim, não reconheço seu rosto; não sei quem vive em meu reflexo. Mesmo tendo firme as volúveis convicções, sou soterrado por palavras que nem ao menos fazem algum sentido. São estruturas ocas de um suspiro transviado. Exposto, parece que entendi errado. Será? Intenso, implodi no silêncio o gesto. O controverso sabor amargo me encanta, fascina e me atordoa. O dissabor de uma constatação, o golpe de uma frase encaixada onde não deveria estar. Arestas que arranham os sonhos deixando-os fustigados, sangrando esperança em um dia tão lindo, em que as cores parecem cantar a quem por elas passa. O tempo passa; ao passo do tempo as perspectivas se alternam. Mãos dadas no horizonte a envelhecer. Dadas mãos juntas a aquecer mais do que lembranças.

A fria tela de um celular, tv ou tablet não se compara ao frescor da madrugada que recebe meus sonhos... o toque suave do lençol sobre seu corpo tampouco se assemelha à textura do encontro de nossos poros entremeio ao toque do lençol sob nossos corpos. Sonho intenso que além de perfume traz as flores, pétalas, espinhos e continuidade, na cumplicidade de sentir renovar o sentimento que nos alimenta o olhar. A respiração que busca ar em seu ritmo de querer mais. os cabelos, as curvas, os encaixes e suspiros.O seu contorcer, o tremor que percorre suas planícies, planaltos e vales... ser lida como merece, sempre e não apenas em um instante. Toda vez que leio seus rsrsrsrs imagino o canto de sua boca receber um doce sorriso faceiro. Daqueles que escondem mais do que revelam. Daqueles que revelam sentimentos e sensações, seus pensamentos mais íntimos, particulares. Aquele faceiro sorriso que manda na brisa sua impressão de um mundo inteiro. Traduções que penso nunca obter, essas dos seus sorrisos de canto de boca, a me encantar além da rima, a delinear um divino sentimento.

Sentado ao seu lado, podia desfrutar da pele viva e linda, do olhar de entrega, da doce voz, das frases bem elaboradas, dos argumentos interessantes, dos anseios e olhares sobre a vida, do sorriso que me castiga ao dominar minhas reações. Percebo-me de volta aos primórdios, à primeira infância, na fase oral, com vontade de morder, de gravar-me em você. Vontade de sentir suas unhas cravarem em minhas costas o elixir da humanidade. Esse sentimento quase antropofágico representa a entrega, desejo, paixão, manifestada em um gesto primário de se integrar ao desejado. Esse integrar-se inspira o amor que poucos experimentam.

“Se ‘você é tão café’ é um elogio; ‘você é tão cappuccino’ chega a ser indecente. Imagina com chantilly e raspas de chocolate meio amargo” E Deus rege o tempo,  nos tempera, nos prepara, nos ensina.

Imagina uma pêra. Madura, suculenta. Lábios se aproximam, respiração muda, boca entreaberta revela os dentes, o prenúncio de uma mordida. Dentes a cravar na pêra que sucumbe seu delicioso caldo entre os lábios que a devoram com intensidade, com entrega. A respiração levemente quente entre teus vales, a boca que flerta com o oásis que sem saber já pressente que está prestes a jorrar, e o corpo treme. Novas fronteiras.

As mãos entrelaçadas são muito mais do que química, vai além do presente; tem se firmado ao longo do tempo como algo que amadurece, se faz perene, com morada no sempre.

O nobre metal que vence as provações, reluz e simboliza o sentimento que não fica para trás, mas continua, cresce.  Afora toda demagogia, reles poesia e declarações superficiais, ele sobrevive. Mesmo que não se materialize como a sociedade está acostumada, ou concebe moralmente.  "Pássaros criados numa gaiola acreditam que voar é uma doença” Alejandro Jodorowsky. Como disse um anjo: "ou não sabem ou tem medo de tentar".

Dentro de um carro, outra dimensão se faz possível; uma onde não é necessário explicar o que se sente e dar satisfação ao outros lacrando-se em infelicidade. Anos atrás... Dentro de um carro minha perna toca a sua, meu olhar encontra o seu, seus lábios entreabertos parecem balbuciar algo, a chama interior, ou o beijo. Eu pergunto o que foi, você responde “NADA” e aquele nada adormeceu até que o tempo nos levasse novamente àquela dimensão. Dentro do carro, minha mão tocou a sua. Despertou algo que não se acabou com o tempo, mas se aprimorou. Cresceu! O tempo que levará os passos para alcançar os sonhos difíceis não sei, mas me entrego a eles, reconhecendo-me como alguém que não sabe o futuro, mas é intenso ao viver, sentir e sonhar.

Suas mensagens, suas fotos. Guardo como recomenda Antônio Cícero (não escondendo, mas olhando e admirando). Todavia, os seus rsrsrs me perseguem nas madrugadas, nas manhãs e tardes onde meu silêncio contemplativo da natureza rompe-se com meu sorriso de canto de boca ao lembrar do seu.... rsrssrsrsrs

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