Tudo
converge, até mesmo poemas em fragmentadas linhas retas. Nas
nuvens estão muito mais do que sonhos e devaneios daqueles que
arriscam olhar para o céu. A cultura do sebo foi lacrada em
alguns grupos, a cultura do download substituída aos
poucos pela do upload (tudo está na nuvem). A
globalização trouxe novas possibilidades para o
processo de produção. Cada vez mais a produção
e o consumo digital proporciona facilidade ou manutenção
ao fluxo contemporâneo, onde as pessoas desejam saber mais e
estar em diversos lugares ao mesmo tempo. O cidadão compra
acesso a conteúdo e não mais um produto conforme anos
atrás. O automatismo sobrepõe gerações,
se há pouco já era comum entrar em um cômodo e
automaticamente esticar o braço para acender a luz, agora é
natural tocar uma tela e ela responder aos seus comandos. No mundo
digital, 30 segundos de espera é uma eternidade e aguardar
pela edição de amanhã é coisa de doido.
As
principais transações humanas já podem ser
feitas pela rede. Compras, movimentações bancárias,
contatos profissionais, produção de texto, vídeo,
distribuição de informação, início
e fim de relacionamentos (e tudo registrado, com gostos, desgostos,
endereços e fotos). Afora os super backups físicos,
muitas informações são geradas e armazenadas
diretamente em mídia digital. Cofres na parede estão
vazios enquanto HDs têm cada vez mais espaço, e ainda
assim insuficientes. A apuração de notícias,
algumas vezes, abandona até mesmo o contato direto, ou por
telefone e ancora seus argumentos na oficialização por
email, ou no imediatismo do SMS e chats.
Após
considerar as vantagens e dificuldades do novo fazer jornalismo, onde
as narrativas recebem interferência do público e a
interatividade vai da produção ao consumo, é
interessante atentar como estamos dependentes dos meios eletrônicos
e das mídias digitais. Ao perceber isso, podemos levar as
discussões a respeito do Código Florestal, Belo Monte e
outras questões ambientais para universo menos polarizado. De
onde vem a energia que nos mantém sustentavelmente online e
a modernidade na palma das mãos?
O
jornalismo busca estratégias para manter-se o menos parcial
possível e ainda continuar viável economicamente para
os proprietários. A era digital trouxe um caos para a saúde
financeira dos veículos de comunicação, que
viram um movimento panfletário da internet alterar o modo de
fazer e comercializar. Embora o audiovisual ainda sofra nas mãos
de políticos que detêm a concessão de emissoras
de TV e Rádio; e o impresso tenha problemas de estrutura,
distribuição e às vezes linguagem.
Todavia,
e quando apagar a luz? Quando as ditas renováveis fontes não
aguentarem alimentar os sete bilhões de La bella verte? Caso
não seja o desenfreado consumo, ou o colapso no sistema de
produção e distribuição de recursos, e se
aquela famigerada tempestade magnética solar chegar aqui e
apagar ou desorientar tudo (a NASA anuncia desde 2006 e cientistas
estimam para 2012, 2013, ou 2014)? “Onde está seu coração
está sua riqueza”. Longa vida aos blocos; jornalistas ainda
sabem arranhar o papel com traços? Qual será a
lamparina a guiar o olhar do narrador que precisará
desaprender as facilidades de um mundo moderno e aprender a apurar e
narrar em um universo truncado? O faro não poderá ser
digitalizado e o Google deixará de ser o pauteiro e fonte
oficial das matérias.
O
processo de comunicação é colaborativo desde
sempre, o nível de ruído ganhou agora novas dimensões,
ao estabelecer outras mensagens. Além de saber lidar com as
novas mídias e consolidar o processo de comunicação
no mundo contemporâneo, o jornalista precisa desenferrujar a
habilidade fora destes meios e resgatar o fazer orgânico, capaz
de construir mensagens que invoquem reflexão, mudança
de postura, evolução do “humano, demasiado humano”.
Dialogar é mais do que sobrepor argumentos e se perder nas
facilidades do falar ao vento.
Sua seco seus poros lacrados.
Sua harmonia disseca meus pensamentos
enquanto seus movimentos mantêm-me são;
Sua ternura sobre meus olhos
o elixir do sorriso.
Leia o artigo novamente no Observatório da Imprensa
http://observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_ed673_fim_da_era_digital
Vale ouvir o Notícia em Foco da CBN http://cbn.globoradio.globo.com/programas/noticia-em-foco/NOTICIA-EM-FOCO.htm A tecnologia tem alterado o exercício jornalístico
ResponderExcluirSaiu também no Observatório da Imprensa http://observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_ed673_fim_da_era_digital
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