quinta-feira, 30 de junho de 2011

o lugar da ausência

Às vezes a vontade de chorar é suprimida pelo sentir na sola dos pés a terra o tocar. O vento é vento sim, vem e passa; entretanto provoca. A sensação de ter os pensamentos voando para uma órbita desconhecida, enquanto as pétalas revelam seu sabor e os espinhos a sutileza de ferir para proteger. O choro rega as rugas rasgadas pelas frustrações e sorrisos de uma época que se renova a cada manhã, assim como as misericórdias. Adenina, Timina, Guamina Citosina, Gattaca e o DNA de um sonho, de uma possibilidade. A vida em um ciclo, o cílio que cai. (esse?)

O sol desponta pelas frestas das ideias que anseiam um campo de pouso. A face iluminada sorri, e o sorriso impulsiona as palavras a terem mais valor, a mesma forma, um novo sentido. Um cenário diferente. Mesmo à lama, sob o forte sol e a torrencial chuva, a tranquilidade de continuar, apesar das regras do Brazil de Gilliam. Melodias dedilhadas movimentam a cabeça como o vento movimenta a flor nos jardins. O equilíbrio, o olhar.

A maciez da esperança, a perfeição de Deus que sobrepõe às interpretações e religiões criadas. Inquietas; alma não tem cor e buscam todas um salvador para serem naturais, há necessidade de fluir em seu propósito.
O lugar da ausência, a confluência dos sonhos. Os sabores saciam à língua de uma forma que as palavras não saciam ao coração. À mesa, um espaço para as ideias; ao travesseiro, ah... Neruda.

No porta-copo palavras manchadas tranquilizam o sorriso, relaxam o corpo. No porta-luvas mensagens de tempos melhores. Um jardim pelo qual caminhar. Sanidade é fuligem. Une e forme.

sopra-me você me sopra
estouro-me em pedaços tortos
escorro-me em palavras brandas
mancho os pensamentos de esperança
fustigo a possibilidade com imagem suja e desfocada ao espelho
dedilho canções ao vento
escorrego na ponta de seu nariz
ouço suo soo sou
há flores.
Passo

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