quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

abraça


foto; Felix Lima - SP

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São muitas as palavras. Faltam-nos leitores. Estão escassas as mentes disponíveis ao raciocínio mais intenso. Elas estão sobrecarregadas. O fôlego para mergulhos profundos está comprometido. O corpo aguenta, mas há cansaço. Desde as madornas até a enxurrada de gás carbônico, o corpo se debate em realidade. Ritmo. Não somos heróis, mas somos faíscas da esperança em reluz algo maior, algo perfeito. Entretanto, nos deliciamos com a leveza de viver, nos lambuzamos com o ópio do presente, com o conto do futuro, a lábil língua incendeia o passado. Tratamos o que é passageiro como eterno e o que é eterno como fábula, pílula de ânimo. Incomoda-nos algo que esteja além de nosso poder de raciocínio. Erguemos argumentos para tapar nossa ineficiência em realizar, entender, comunicar, amar, acreditar. Entretanto, quanto mais alto, mais alto há para se estar. Possuímos brilho e capacidade de transformação. Humanos. Citações e paráfrases. Cada um que rumine pra si. Mas o alimento tem de entrar. Jardim. Páginas policiais, suor, sangue, promessas, luzes e sons, calor, chuva, sensações emoções, sentidos, inocência, crueldade, sobrevivência, poda, rega, fertilização, necessidade e sonho; crianças. Salvação.

Com tanta interpretação e percepção sobre os fatos. Nos distanciamos muitas vezes da premissa de comunicar o fato contaminando-o o mínimo possível. Ao falar, reescrevemos a Bíblia (nos afastando da mensagem simples e pura), estabelecemos nova constituição (permitindo cada vez mais atrocidades e irresponsabilidades), e fazemos do telefone sem fio nosso manual de disseminação e reformulação de conceitos [enfatizamos mas não inventamos (?) ]. Os clichês despencam do cordel, seja nas empresas, nas famílias ou em redes sociais. A culpa é da comunicação. A culpa é do oxigênio. O problema está no que precede e no que sucede a mensagem. That’s life, como diria Blue Eyes.

Certa razão na loucura. Sanidade é para os loucos. Num terreno baldio, em banheiros químicos, dentro de vagões de um trem que já parte, nossas ideias estouram à lucidez. Falar. Conhecer. Manifestar. Saber. Propósito. Redenção. Salvação.

O que foi, isso é o que há de ser; e o que se fez, isso se fará; de modo que nada há de novo debaixo do sol”. Eclesiastes 1:9

Se todas as possibilidades na ordem e relação das forças já não estivessem esgotadas, não teria passado ainda nenhuma infinidade. Justamente porque isto tem de ser, não há mais nenhuma possibilidade nova e é necessário que tudo já tenha estado aí, inúmeras vezes. (Friedrich Wilhelm Nietzsche).

De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem”. Ec 12:13


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