sexta-feira, 11 de junho de 2010

longe




do que temos nos distanciado? De tudo o que possa ser original.

De fonte de energia limpa criamos a bomba atômica. O que seria para alcançar cura a doenças estruturou-se em arma bacteriológica. De um ser criado para administrar a terra de modo sustentável e exaltar e glorificar o seu criador, nos tornamos predadores de tudo o que respira, aeróbica e anaerobicamente.

Novas mídias criadas para descentralizar a produção de informação e estabelecer novas plataformas de relacionamento. O que vai dar (se vai dar) o êxodo midiático e as metrópoles erguidas na babel digital? Quem quer perder no bolão?

Transformação é a melhor porta, embora não a mais larga, para seguir.
O distanciamento necessário para que o estrangeiro observe o outro é também o obstáculo para que a observação alcance uma conclusão.

Importante saber o tempo de abraçar (pessoas, ideias, ideais) e de afastar-se de abraçar. Aqui, meio longe, mergulhado na apatia controlada, segurando um copo de limonada, deixo pensamentos anacrônicos caírem no ralo da pia enquanto lavo as mãos; e a limonada me adoça a vida. O copo em cólera suspira o vazio. E o copo continua inanimado, objeto.

Permito-me acompanhar Camus e seu estrangeiro entre meio uma sociedade que pinta de hipocrisia as questões ambientais, os acordos internacionais, o modelo de família, a organização do trabalho, os sentimentos e as percepções do que venha a ser Deus. Enquanto seres humanos buscam colocar tudo em argumentos racionais, acomodados no porta-jóias trincado de Pandora, sigo de perto, tão longe.

do que temos nos aproximado? Esta pergunta direciona passos.

sem delongas, sem emitir mais carbono, depois escrevo mais

Deus abençoe a todos

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