segunda-feira, 28 de junho de 2010

estrada




Tenho um quarto cativo no Hilbert Hotel (vale a pena assistir o documentário da BBC). Entre os desencontros com Tristam Shandy (
http://tinyurl.com/2e2kr5e) e demais hóspedes (conheço um novo a cada piscar de olhos) permito-me a passeios na estrada.

Tempo, espaço, infinito. A estrada é algo paradoxal. Lembro de Zenon e seu paradoxo sobre os movimentos. Olho paisagens e me lembro de imagens do artista plástico Vik.

Ah, cérebro; há cérebro. Este enigmático narguilé humano, ou hookah (ou um monte de outras palavras) cujas orelhas são as mangueiras. Ideias dentro do coco (nãrgil). Bocas em nossos ouvidos. A fumaça sai em palavras pelos nossos lábios, mas qual a essência queima dentro de você?

Ideias, argumentos, essência. Mesopotâmia. Irã, Iraque. Cultura Persa. O mesmo pedaço de chão. No meio da estrada uma cidade. No fim da viagem uma casa. Há de ser lar.

O morango sardento de J. Moore talvez seja algo para os olhos do gato banguela que tenho em casa; ele está aprendendo a escrever em letra cursiva. Tenho um gato que gosta de morango e come carne tanto quanto um leão. Hipérbole. Bole ou não bole? Jabulani e churrasco. Churrasco em casa está difícil de fazer. Culpa das estatísticas.

1/3 do que compramos vai para o lixo, segundo Akatu. Cerca de 40% da renda do assalariado é direcionada a pagamento de impostos. São mais de 190 dias de trabalho por ano exclusivamente para pagar tributos. Pobres trabalham mais tempo que ricos para saldar a conta dos impostos. Quem recebe salário mínimo paga 53,9% em tributos (segundo livro Dedo na Ferida – baseado em estudo do IPEA www.ipea.gov.br); e assim a informalidade cresce. O país chamado do futebol, país que até empresta para o FMI, é o 3º que cobra mais tributos.

Churrasco e amassadinho está fácil de fazer nas estradas. A 381 e seu fluxo de sangue. Estrada.

Vi uma imagem interessante de um artista. Um caminhante (não o noturno). Uma praia. Grãos em relógio (não "a" dos Mutantes). Estrada. Sinto minha ideias caminhando descalças por esta estrada. Tempo. O quanto nos resta é menos importante. O que fazer no hoje?

Os passos do homem são dirigidos pelo SENHOR; como, pois, entenderá o homem o seu caminho?” Pv 20: 24

“Eu sei, ó SENHOR, que não é do homem o seu caminho; nem do homem que caminha o dirigir os seus passos” Jr 10:23

Deus é bom.


www.passocomunicacao.blogspot.com

terça-feira, 22 de junho de 2010

cheiro de vik


No meio do caminho um link. Atirei o mouse n’água. A realidade ficou touch screen. O tempo passa, o tempo voa; publicitários perpetuam frases e os negócios falem. Com processos de comunicação voltados para contracheques, notas fiscais e quadros na parede, no susto formamos e informamos.

E como no rascunho do pensamento de Honoré: Mas que profissão Grêlé a de jornalista. Não consigo parar de comer doce e ler jornais. Escrevo textos? Interessante, papel da imprensa na era da superinformação é também tema de documentário. http://tinyurl.com/3abn2v4

A morte, há tempos, usada é como instrumento político, polido, institucional. José de Sousa, o que já ganhou Nobel, foi velado em uma biblioteca, vai virar poeira. Seriam os chefs Ferrán Adrià ou o Heston Blumenthal velados em uma cozinha? Qual seria o molho? Chovem declarações em 140 caracteres. O espirro do texto. Twitt.

Se tudo o que é sólido se desmancha no ar de Karl, tudo o que está no ar, em algum momento há de entrar por nossas narinas. E o que será então de nossas (tão nossas quanto dos outros) ideias?

A obra de um artista plástico, a beleza do grêlé no corpo, na profissão e no jardim, ou o ponto de encontro, em uma esquina na Guatemala.

Afundando em clichês insisto. Para não dizer que não falei de Flores, assisti mais uma vez (e assim perdi a conta) o documentário Ilha das Flores, a culpa dessa vez foi do meu irmão e seu http://tinyurl.com/2dtg8xg

Prefere as imagens de Vik ou o cheiro de vick? Na dúvida, não deixe as crianças assistirem vicky; pode ser perigoso.

Seja ousado, tenha livros, leia a Bíblia.

permita-se questionar

pense

o cheiro de cânfora afasta as traças em minha biblioteca de ideias.

uma nova perspectiva


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quinta-feira, 17 de junho de 2010

pure

Acredito que a sustentabilidade não está controlada e isolada em processos fechados de indústrias e instituições; é algo próximo e expansivo que une os seres em torno de um objetivo único: reconciliar homem e natureza, conciliando conceitos e recondicionando hábitos. Li isso em um material institucional e creio que faz sentido. Até mesmo porque o texto é de alguém que conheço muito bem.



Amenizar os impactos que geramos por automatismo é fundamental. Sejam impactos ambientais, emocionais, morais ou espirituais. Interessante e necessário nos examinarmos antes de proferir uma palavra, desenhar um gesto, ou escrever poemas de porta de banheiro. Segue abaixo um que não li.



Não se admire pessoas, este mundo é canibal.

Não se admire pessoas, são muitos corações de carnaval

Em um desfile de ideias, bacanal de ideais.

Não admire o humano, pois ele nem mesmo tenta ser.

Do que quer falar? Do que quer ouvir?

Ouvidos não têm pálpebras, falar me leva a tossir.

Acreditar no que fala. Falar tudo o que acredita.

A raiz se esconde no solo, para a árvore não cair, morta.


A crueldade é um tempero sempre disponível em nossa dispensa. Tempero presente em muitas das ações do cotidiano, variando apenas em quantidade. Causamos pirose. Entretanto, há quem tenha o pote de crueldade pela metade; não mais utiliza este tempero. Leveza, simplicidade, tempo.



http://www.youtube.com/watch?v=9ZyN76DpP3I


Persevere. O tempo de Deus não é o seu. Não se desespere.

O Senhor forma nosso caráter e no tempo certo Ele dá a vitória.

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terça-feira, 15 de junho de 2010

excelência da salvação



Entender o Tempo e identificar as coisas.

Quando nascemos de novo, somos como crianças espirituais que buscam no novo mundo uma cadeia de referências para construir um sentido, uma direção, uma religião.

A Palavra, único manual necessário para orientação nos revela por meio do sábio Salomão, que há um tempo e propósito para todas as coisas. E mais, nós não sabemos o que nos vem a seguir, se é amor ou ódio (Ec 9). Muitas vezes, a previsibilidade da vida nos engana.

Compreender o propósito da vida.

Quando conseguimos entender e nos alimentar da verdade, mudamos nossos valores, conceitos e hábitos de acordo com o direcionamento e vontade de Deus, pois vivemos para glorificá-lo em todas as coisas (trabalho, lazer, prazer, etc).


Mesmo sabendo das aflições, muitas vezes nos cansamos de esperar e permitimos voz à negatividade para questionar nossa fé. Surgem doutrinas que burocratizam o acesso a Deus. São remendos no véu do templo.


Mas o tempo da vinda do Senhor é exato. O plano de salvação é excelente, cofirma a misericórdia, amor e justiça de Deus. Que possamos crescer em graça e conhecimento para fortalecer os que ainda são crianças; e juntos firmes em Deus.


Mas, amados, não ignoreis uma coisa, que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia. O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se.Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra, e as obras que nela há, se queimarão. Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser em santo trato, e piedade, Aguardando, e apressando-vos para a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão? Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça. Por isso, amados, aguardando estas coisas, procurai que dele sejais achados imaculados e irrepreensíveis em paz. E tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor; como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada; falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição. Vós, portanto, amados, sabendo isto de antemão, guardai-vos de que, pelo engano dos homens abomináveis, sejais juntamente arrebatados, e descaiais da vossa firmeza; Antes crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, assim agora, como no dia da eternidade. Amém. - 2 Pe 3; 8-18


sexta-feira, 11 de junho de 2010

longe




do que temos nos distanciado? De tudo o que possa ser original.

De fonte de energia limpa criamos a bomba atômica. O que seria para alcançar cura a doenças estruturou-se em arma bacteriológica. De um ser criado para administrar a terra de modo sustentável e exaltar e glorificar o seu criador, nos tornamos predadores de tudo o que respira, aeróbica e anaerobicamente.

Novas mídias criadas para descentralizar a produção de informação e estabelecer novas plataformas de relacionamento. O que vai dar (se vai dar) o êxodo midiático e as metrópoles erguidas na babel digital? Quem quer perder no bolão?

Transformação é a melhor porta, embora não a mais larga, para seguir.
O distanciamento necessário para que o estrangeiro observe o outro é também o obstáculo para que a observação alcance uma conclusão.

Importante saber o tempo de abraçar (pessoas, ideias, ideais) e de afastar-se de abraçar. Aqui, meio longe, mergulhado na apatia controlada, segurando um copo de limonada, deixo pensamentos anacrônicos caírem no ralo da pia enquanto lavo as mãos; e a limonada me adoça a vida. O copo em cólera suspira o vazio. E o copo continua inanimado, objeto.

Permito-me acompanhar Camus e seu estrangeiro entre meio uma sociedade que pinta de hipocrisia as questões ambientais, os acordos internacionais, o modelo de família, a organização do trabalho, os sentimentos e as percepções do que venha a ser Deus. Enquanto seres humanos buscam colocar tudo em argumentos racionais, acomodados no porta-jóias trincado de Pandora, sigo de perto, tão longe.

do que temos nos aproximado? Esta pergunta direciona passos.

sem delongas, sem emitir mais carbono, depois escrevo mais

Deus abençoe a todos

domingo, 6 de junho de 2010

pés ao vento

 

Um passo não é maior do que as pernas. O pulo às vezes o é. O pulo envolve entrega. A ousadia de retirar os pés de um lado sem ter nada mais que o vislumbre do firmamento da queda. Repouso dos pés. O passo é razão, o pulo é um passo de fé.

 

Hoje acordei pelos pés. Descalço gripo, descalço sinto mais o chão, as texturas e temperaturas, as dores e os aconchegos. Mas se andar descalço por muito tempo, as amarguras do chão fazem da sola dos pés uma crosta insensível, ríspida e agressiva. Martelo para o prego.

 

Levanto e já inicio minha produção de lixo. Meus rejeitos escorrem pelo ralo, abasteço a lixeira, espalho o pó, me movimento. Sou um impacto ambiental, semelhante a todo ser humano. Na pilha de livros fora da estante encontro o Charles.

 

Se fosse verdade a história da ameba. A evolução nos tornou seres grotescos. Antes continuássemos sendo macacos. A soberba e orgulho humano, materializados na sede por poder (moral, físico, intelectual, espiritual) cansa. O meio ambiente é o novo produto organizacional, sob o rótulo da sustentabilidade. Nos cegamos entre os argumentos do que defendemos e do que criticamos.

 

Defendemos (nós e nossos representantes) uma distribuição de renda mais justa, desde que ela continue sendo centralizada nas mesmas mãos. E na gaveta estão projetos como o do pai do Supla (Renda Mínima).

 

Condenamos a violência e a prostituição, sendo que enquanto sociedade, alimentamos a ambos. Treinamos nossas crianças para serem adultos cada vez mais cedo. As brincadeiras de boneca e casinha (sem comentários), os meninos com seus carrinhos e armas cada vez mais turbinados. Os games onde o sangue compete com o ar. O vocabulário infante nos faz cogitar a ideia de implantar a novilíngua de Orwell.

 

Apressamos o processo mimético do comportamento, esquecendo a necessidade para um verdadeiro amadurecimento (espiritual, mental, intelectual).

 

Plante sim uma árvore

Leia um livro (Bíblia)

Eduque uma criança

 

Nos orgulhamos em preservar o pouco que resta do meio ambiente. Agimos por contramedida. Já que bati, deixa eu assoprar. Ambientalistas geram mais impacto para protestar e supostamente preservar. O próprio AVATAR, uma punhetagem de Cameron (desculpe pela palavra) que foi feito como? Do que são produzidas as películas 35mm? Do que são feitas as câmeras digitais, como é feito o 3D, de onde vem o silício do microchip? As modernas ilhas de edição? Os produtos para maquiagem dos atores, o combustível para os translados necessários? A infraestrutura das salas de exibição?Os alimentos? As roupas utilizadas? Essa ideia de plantar uma árvore falar mal aos montes é balela. Os cálculos para neutralizar carbono são placebo para quem se diz ambientalmente correto.

 

Adoramos um placebo (e não estou falando da andrógena banda)

 

Ser humano – Desejo – Necessidade - Vontade

 

De costas para Deus, ignoramos o fato de que o Criador não precisa de nós e sim nós somos dependentes e precisamos de Deus, continuamos correndo atrás do próprio rabo, com os olhos no umbigo, erguendo torres de babel (doutrinas, argumentos, ideologias, progresso tecnoeconômico).

 

Talvez por isso, hoje não dei muita importância para os olhos, acordei pelos pés para lembrar como ver.

 

Tirando remela sigo com meus pés ao vento

pensamento

ação

 

 

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