segunda-feira, 3 de maio de 2010

Talpiot

 

Convergências de um rio sem água. Essa é mais uma daquelas frases que um pernóstico estrutura para reforçar sua imagem perante seus leitores.

 

Fui levemente tocado pela beleza das coisas. Um jornal publicou que em Hadar, na cidade de Haifa, em Israel, 45 mil habitantes judeus e não-judeus vivem harmoniosamente, inclusive em situações de mercado, compra e venda de mercadorias. O bairro foi fundado em 1944, antes da independência de Israel (1948). No local, as diferenças e os conflitos são tratados com respeito e maturidade. A passividade da mídia israelense em não divulgar e incentivar as práticas de respeito à diversidade e conciliação cansa. Os jornais assumem o discurso do silêncio, uma resposta de permissividade. Confundem objetividade com imparcialidade; e dá-lhe carro-bomba, mulher-bomba, homem-bomba e sorrisos de paisagem.

 

Força nas palavras. Convicção nas escolhas. Certeza nas decisões. Cuidado para não quebrar ao tocar e ser tocado pela suposta leveza das coisas. A leveza como a do chumbo: intensidade. É fundamental a sinceridade dos joelhos dobrados ao chão.

 

Bom, isso é o que tem para hoje. E a frase que iniciou o texto agora já não parece mais uma simples obra de um pernóstico errante. Talvez seja frase de porta de banheiro em Talpiot, um bordado no lenço, o barulho do vento entre as construções, ou só uma frase num blog.

 

 

Talpiot (Hebrew: תלפיות, lit. turrets, or magnificently built)

 

 

ainda penso em moléculas… quem sabe no próximo texto...


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