quarta-feira, 12 de maio de 2010

ao beijo ou taxidermia

Na porta de um banheiro público, ao lado de números de telefone e manchas de dejetos algumas palavras saltam aos olhos: "o cenário atual (violências, tragédias e aberrações) é apenas faísca do que está por vir".

 

Misericórdia e Justiça. Sob esses preceitos, que materializam o amor de Deus, todo o Plano de Salvação, a cada dia que passa, se consolida como uma realidade inquestionável. Lendo algumas coisas, comparando à Palavra, ouvindo algumas pessoas. Após o arrebatamento virá o Grande Dia do Senhor: A Grande Tribulação. Em um período de sete anos (divididos em duas fases de três anos e meio) o ser humano sofrerá dores nas esferas emocional, física, sentimental, racional, financeira, moral, espiritual e ambiental. Será um período onde a psiquê entrará em colapso, a confusão será a imagem da Nova Ordem Mundial estabelecida pela entronização dos falsos valores humanos. Os seres humanos ficarão perdidos entre a alternância do caos para a falsa paz e finalmente para a intensa e incomparável perseguição aos que negarem adorar ao anticristo. Este período será a última chamada para os escolhidos do Senhor.

 

"Então, o cenário atual (violências, tragédias e aberrações) é apenas faísca do que está por vir. Uma vez que a igreja de Cristo (esqueça as placas) ainda está aqui".

 

A maravilhosa possibilidade de salvação pela sutileza, sustentável leveza do amor e graça do Senhor dará lugar à irremediável dor de degustar as consequências das escolhas erradas feitas pelos homens e a única maneira de alcançar a salvação: pela dor. Dor que, por sua vez, pode representar o processo de destituição de todas as características e valores humanos. Destituição que antes deveria ser feita por livre escolha e um novo nascimento em Cristo (seus padrões e orientações). Com a tribulação, esta destituição é arrancada na carne, sem o auxílio do Espírito Santo. Trata-se da taxidermia de toda a arrogância humana, toda sua suposta autossuficiência, sua percepção de realidade, sua noção do que possa vir a ser Deus. O ser humano será então resignado à sua condição de extrema dependência de algo maior do que ele. Como um ser sobre o fio da navalha, cortando os pés na medida em que caminha e hesita assumir um lado, o homem sangrará sua hipocrisia em viver. De um lado poderá alcançar a salvação em Deus, de outro abraçará os pés de satanás para a condenação final. Dessa vez, a escolha não será em ares de romantismo, mas sim com odor e textura de tragédia, drama, horror.

 

É fundamental que todos entendam e definam não só de que lado da navalha (que aqui podemos considerar como a existência) ficará, mas também determinar e orientar suas ações tendo em mente quando quer viver essa decisão, esse lado. Quer estar em núpcias com Cristo ou enfrentar a Tribulação? A pergunta é mais complexa que a de Shakespeare (to be or not to be?). A resposta não permitirá correções, pois ela não é composta por palavras.

 

 

no próximo falo sobre um açougue a céu aberto...

hum...

cheirinho de carne queimada...

 

...

 

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