domingo, 21 de fevereiro de 2010

Um lugar na Platéia



Na vida, no teatro, no cinema. Sublime. Provoca em mim os mais esperançosos e tristes sentimentos. A delicadeza de vivermos passando uns pelas vidas dos outros, mas com o foco em nossa história. Protagonistas que são vistos como figurantes.

Suportamos-nos; regamos e colhemos sonhos. Buscamos em lugares a realização que só pode ser construída dentro de nós.

Não está em pasárgada, ythaca, Paris, Texas, Casdorra, ou nas fronteiras. É algo intenso, peculiar, não é físico. Talvez químico e espiritual. Natural.

O modo como a personagem (Jéssica) interliga todas as histórias remete ao ingrediente fundamental a toda receita. Aquele que dá liga, que une os elementos e torna capaz, possível a existência de um sabor diferenciado.

Protagonistas, figurantes, ingredientes. Humanos. Leiloando memórias, interpretando potencialidades ou escorrendo sentimento, em suor, em música. Tudo ao mesmo tempo. Agora. Agora. Agora. Uma Paris apaixonante abraça a história que nos faz partir.

Partir de nossas vidas, circunstâncias e expectativas. Repousar em um canto de um café na Avenida Montaigne, onde sempre tem gente chegando, saindo, chegando, ao mesmo....

Essencial. Mais uma pílula. Não de realidade, mas daquilo que busco sentir quando fecho os olhos e sinto o vento. Quando fito o céu, ouço pássaros e toco flores e folhas. Sem dúvida, eis que todos têm Um lugar na platéia.

França 2006 – 106 minutos
Filme de Daniele Thompson

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