sábado, 27 de fevereiro de 2010

Alforria

Deus nos surpreende. Ainda bem...

7 é profético. Renovo. Recomeço. Pelas ruas calçadas a contemplação.
Mulheres, decotes, álcool, muito álcool, fumaça. Crianças. Puberdade
racional. Rebeldes, Irreverentes, tradicionais, gays, lésbicas e
jornalistas. Tudo do mesmo. Diversão.

O frio, as cadeiras. O mesmo restaurante. O mesmo prato especial (PF). A
mesma mesa. O mesmo ar? Uma velha livraria, um novo lugar. Uma colcha de
casal, enxoval. Faíscas de um futuro que se anuncia. Liberdade.

Mesma farmácia. Mesmas lojas. Mas dessa vez encontrei amigos. Não era uma
lata de gordura com carne. Foi uma garrafa d’água, até o fundo. No espelho
o primeiro plano mergulhado em negrume. O segundo estoura o branco. Não vem
o sol. É reflexão.

Nada mais reconfortante do que a maciez da cadeira, a escuridão da sala e o
frio; na tela um filme. Do meu ouvido escorrem palavras que eu não disse.
Ideias ainda. Caminhar é preciso.

O gosto do limão. O sabor da laranja. Salomão sábio, Nietzsche plágio. Nada
novo debaixo do sol. Tudo está feito e isso é necessário para entendermos a
vida e caminhar.

O cemitério e a matriz. Carne podre, ossos velhos e muito ouro. Para ficar
em comum lugar até digo: dessa vez deixei em paz os mortos. Ao invés da
garrafa da telefonia, uma de metal: azul. Água.

A solidão tem seu intervalo nos momentos de conversa. Borges foi
providencial. Deus escolheu a dedo o amigo a enviar. Diversos personagens.
Humanas histórias, relacionamentos. Um tempo novo. Uma nova película é
rodada.

Natimorto é mente. Intensidade, humor, sinceridade. Ímpar, a apatia
desliza, lembra uma mistura de Despedida em Lãs Vegas com Lua de fel e
lavour arcaica. Famosos duendes é sensação. Ythaca uma juvenil pasárgada.
Terras um guia de fronteiras culturais; expansão. Trânsito e fluxo.
Possibilidades. Limites naturais, morais, espirituais, políticos. Humanos.
Curtas bons, ruis e excelentes.

Sete anos. A loja da calça roxa não sobreviveu; foi-se com a calça verde. A
árvore na ladeira, a pousada, o empório da Neuza, a pastelaria, o ateliê, a
praça, a tenda, no centro cultural as camisas sendo vendidas; no mesmo
canto da sala. Na janela não tinha o bomtempo. As lojas, as colchas, os
jogos americanos, tapetes e almofadas, os bares, a chuva, a estátua.
Tiradentes.

Refiz passos sozinhos. O ar entrava nos pulmões fazendo festa. A chuva
inundava-me. Lavando. “que sabe o homem de seus caminhos ou para onde
levarão os seus passos?”. Confiança.

A rodoviária, a loja ave Maria, o trailer de hambúrguer, um novo cardápio:
xbaconburguer, a chuva. A cama vazia. Euforia. Alforria. A esperança num
banho quente. A dura verdade, realidade sensível e suave nas gotas frias da
chuva. A carne treme. O corpo morre gritando estar vivo.

Eucaliptos na estrada. Condução. Pica-pau no alto do morro vejo de perto
daquela árvore: recepção. A mesma rota, mas agora cercado de Cristãos.
Proteção. Conterrâneos se hospedam. Ambientação. O mesmo beco. As mesmas
igrejas. Pontes. O mesmo chão. Uma história diferente. Encontro a saída,
que se mostra uma nova entrada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário